A suástica, manji (万字) em japonês, é um símbolo de paz, prosperidade e boa sorte para quase 2,3 bilhões de pessoas, um terço da humanidade. A maioria delas se encontra na Ásia, onde é um emblema sagrado para religiões como o budismo e o hinduísmo.
Índice
Origem
O manji (卍), em sânscrito: svtika, representa a interação harmoniosa dos opostos como céu e terra, dia e noite, yin-yang, entre outros. A linha horizontal une luz e escuridão, enquanto a linha perpendicular conecta simbolicamente o céu e a terra; e estes dois combinados formam uma cruz que representa o universo em harmonia para além dos limites do tempo e do espaço.
Descobertas arqueológicas já demonstraram que a suástica é muito antiga. Ela foi usada pelos antigos gregos, pelos celtas, pelos anglo-saxões e até - em alguns dos artefatos mais antigos - no leste da Europa, do mar Báltico até os Bálcãs. Suásticas "solitárias" começaram a aparecer na cultura neolítica Vinca no sudeste da Europa há cerca de 7 mil anos. Mas foi na Era de Bronze que elas se espalharam pela Europa. Na coleção do museu Museu Nacional de História da Ucrânia, em Kiev, há vasos de cerâmica que têm suásticas circulando sua metade superior e datam de 4 mil anos atrás.
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Diferente da suástica nazista?
Adolf Hitler apropriou-se da suástica para representar o Partido Nazista, subvertendo sua simbologia original. A suástica nazista é representada em preto, virada para a direita e girada a 45º deixando os cantos apontados para cima. Enquanto a suástica budista não possui inclinação e é geralmente virada à esquerda, podendo também ser à direita.
O uso nazista da suástica tem origem no trabalho de acadêmicos alemães do século 19 que traduziam antigos textos indianos, e notaram semelhanças entre o alemão e o sânscrito. Eles concluíram que indianos e alemães deveriam ter os mesmos ancestrais, uma raça de guerreiros chamada ariana. Essa ideia foi utilizada por grupos nacionalistas anti semitas dentro do movimento, que se apropriaram da suástica como um símbolo ariano, para espalhar entre os alemães o sentimento de que pertenciam a uma linhagem antiga.
Ocidente e oriente
Ocidente
A suástica também foi usado por unidades do Exército americano durante a Primeira Guerra Mundial e era visto nos aviões da Força Aérea Britânica até 1939. A maior parte desses usos parou de ocorrer nos anos 1930, quando o partido nazista chegou ao poder na Alemanha. O símbolo foi proibido na Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial e o país tentou, sem sucesso, proibi-lo em todo território europeu.
Oriente
Nos mapas das cidades japonesas, os símbolos manji representam a localização de templos budistas. Prevendo esse choque cultural, principalmente durante as Olimpíadas de 2020, a Autoridade de Informação Geoespacial do Japão (GSI) fez uma consulta pública sobre substituir o manji dos mapas pelo símbolo de um pagode (torre com múltiplos níveis), porém depois de um apoio maciço a sua permanência, decidiram que os estrangeiros é que deveriam se acostumar às suásticas. Essa decisão deve-se, principalmente, a um movimento que pedia pela manutenção do manji. Ao invés da troca dos ícones, pedia-se a divulgação e o esclarecimento às pessoas sobre as diferenças entre as duas suásticas e o verdadeiro significado do manji.
Conclusão
Agora que aprendemos as diferenças entre as suásticas, ao vir ao Japão, não se surpreenda ao ver o símbolo. Infelizmente por serem tão parecidos pode ser confuso, mas lembre-se que este símbolo está presente na humanidade há milhares de anos e tem um significado completamente diferente da suástica nazista.